A fé na periferia do mundo é um título que define a linha teológica presente nos vários ensaios cristológicos e eclesiológicos que compõem esta obra. Trata-se de pensar a fé a partir de dois lugares: o lugar social e o lugar da revelação. O lugar social desafía a fé, apresentando-lhe o drama que é vivido pelo povo na periferia. Como ser cristão hoje num mundo de miseráveis, de injustiças sociais gritantes? O cristão deverá assumir uma postura libertadora, optar pela mudança que ofreca chance de maior participação dos oprimidos. Não basta captar a relevancia do lugar social. Importa definir os passos concretos, pastorais e libertários que traduzcan as opções em prácticas. Como participa a Igreja no processo de libertação? Ela não liberta de qualquer jeito. Aqui entra o lugar da revelação. A fé não pode perder-se como fé ao fazer-se força de animação transformadora. A luz da fé são interpretados os dados e à luz da fé se forma o engajamento dos cristãos. Além do mais, a própria fé possul sua visão acerca do homem e da sociedade, elabora sua própia utopia da plena libertação do homem no Reino de Deus. Sobre todas estas questões Leonardo Boff reflete e faz refletir.
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