Escrever sobre a educaçáo a distância é cada vez mais desafiador. Afinal, os contextos nos quais se entende a educaçáo, como proceso de aprendizagem formal ou informal, alargan-se vertiginosamente nas publicaçóes acadêmicas, bem como nas prácticas sociais de comunicaçáo com fins de (in)formacao de sujeitos. Do mesmo modo, a noçao de distancia vai se tornando cada vez mais relativa: hoje é mais e mais comum ver pessoas que se sentem eventualmente mais próximas de alguém que está do outro lado de uma tela de cristal líquido do que de alguem sentado na cadeira ao lado.
A própria terminología de Educaçáo a Distancia, pois, parece poder hoje ser questionada. Náo objetivo, claro está, invalidar as experièncias de democratizacáo de acesso ao ensino e de flexibilizacáo nas relacóes entre aprendentes, docentes, mediadores e conteúdos a que assistimos em todo o mundo. Quando proponho que se repense a noçáo de educaçáo a distancia ampliando o escopo do que entendemos por cada termo desse sintagma – e por conseguinte o que entendemos como nomeado pela expressáo completa - , tento explicitar o que me parece ser um eixo comum a todos os artigos que compóem este volumen da coleçáo “Educaçáo a Distância”, publicado pela EdUFMT: uma necessidade de entender de forma mais ampla – e portanto, menos precisa, mas mais rica – o que sejam a educaçáo, a distancia e a educaçáo a distância.
U13166